terça-feira, 30 de julho de 2019

Cuidados ao contratar um Profissional Autônomo?


Quais são as obrigações ao contratar um Profissional Autônomo?
Algumas empresas recorrem aos serviços dos profissionais autônomos ao invés de efetuar a contratação de um funcionário efetivo devido a ausência de demandas recorrentes. Por isso, os profissionais são contratados para tarefas específicas e pontuais.
Contratar um profissional autônomo pode ser vantajoso principalmente do ponto de vista financeiro, já que as empresas se isentam de pagar diversos encargos previstos na legislação trabalhista que são obrigatórios para funcionários efetivos.
Benefícios
O autônomo é ideal para momentos de aumento de demanda nas empresas. Por não ter vínculo empregatício, há flexibilidade de atuação para ambas as partes. 
Cabe ao profissional atuar com independência do seu contratante. Ele deve realizar trabalhos técnicos com seus próprios materiais e assumir todos os riscos de sua atividade. Com isso, ele não tem direito a ações trabalhistas como décimo terceiro, FGTS e férias, por exemplo.
Ele recebe uma remuneração prevista em contrato, que pode ser paga após o trabalho realizado. Assim, é possível saber exatamente quanto a empresa deve pagar, durante quanto tempo e por quais resultados, facilitando sua tomada de decisão em relação ao investimento.
Além disso, ao ser contratado, o profissional tem a obrigatoriedade de alcançar resultados conforme acordado no contrato de prestação de serviços. Ou seja, a empresa tem total garantia que vai ser recompensada.
Encargos 
Com o INSS, a empresa deve reter 11% da remuneração do profissional e enviá-lo listado na SEFIP junto com demais funcionários. Além disto se a empresa não estiver no Simples Nacional deverá recolher o INSS patronal com alíquota de 20%.
Na Receita Federal, o contratante deve reter o IRPF de acordo com a tabela progressiva da Receita Federal. Todo início de ano, a empresa deve transmitir a DIRF com estes valores. E, para completar, entregar o informe de rendimentos para o profissional, mesmo que ele já não atue na empresa.
Outra obrigação, muitas vezes negligenciada é o ISS. Esse tipo de trabalho pode ter incidência de ISS de acordo com a Legislação Municipal. Deve-se observar nas Leis se o valor deve ou não ser retido e recolhido pelo contratante.
Como contratar
Indicações de pessoas que já realizaram tarefas com autônomos são uma boa opção. Elas podem dar detalhes sobre o método de trabalho os resultados que foram alcançados com o profissional.
Antes de contratar, é importante solicitar portfólio e orçamento para que a empresa possa avaliar todas as alternativas do mercado.
Como de praxe, é preciso pedir os dados cadastrais incluindo o número do PISpara o INSS e o CCM (Cadastro Municipal) para fins de ISS.
Por fim, fazer um contrato prevendo atividades, entregas, retenção de impostos na remuneração e a própria remuneração é essencial para esclarecer todas as  normas de trabalho.
RPA
Muitas pessoas atrelam a contratação de um autônomo ao RPA, Recibo de Pagamento Autônomo. Este é o recibo de pagamento pelos serviços onde constam a remuneração do profissional e as retenções devidas.
No entanto, ele só pode ser recebido por pessoas que não possuam emissão de notas fiscais.


quinta-feira, 18 de julho de 2019

DISPENSA POR JUSTA CAUSA

Ato de Improbidade Rescisão
do Contrato de Trabalho


1. INTRODUÇÃO
O ato de improbidade constitui justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador, conforme o art. 482, alínea "a", da CLT.
Nesse sentido, a improbidade representa a falta de probidade, a desonestidade e o mau caráter
de uma pessoa.
Assim, o empregado que agir com desonestidade no local de trabalho, com seu empregador, será punido mediante rescisão do seu contrato de trabalho por justa causa.

2. CARACTERIZAÇÃO
Trata -se de todos os atos contrários às regras morais ou jurídicas como, por exemplo, desonestidade, abuso, fraude, máfé,etc.,praticados pelo empregado.
Inexiste legislação que exija que a improbidade seja cometida no local onde trabalha o empregado, pois se o empregado tem comportamento prejudicial em sua vida privada, terá igual comportamento no local de trabalho, e atos de improbidade poderão ocorrer durante a
interrupção ou a suspensão do contrato de trabalho.
São atos caracterizados como improbidade, dentre outros:
a) prática de roubo;
b) marcar cartão de ponto de empregado ausente;
c) justificar faltas ao serviço com atestados médicos falsificados;
d) prática de furto.
Para a doutrina, não é preciso a reiteração do ato para configuração da justa causa, sendo que uma única falta irá caracterizar a improbidade, por abalar a confiança que deve existir na relação de emprego.

3. COMUNICAÇÃO DE DISPENSA
A dispensa por justa causa deve ser formalizada por escrito, esclarecendo as causas que motivaram a rescisão.
A rescisão do contratado de trabalho por justa causa do empregado estável será permitida mediante inquérito judicial que confirme a falta
grave.

4.SEMPRE CONSULTE o  CONTADOR ou ADVOGADO 

quarta-feira, 17 de julho de 2019

CONTRATO DE MÚTUO


CONTRATO DE MÚTUO
Fonte LEGIS WEB
MÚTUO
1- INTRODUÇÃO
O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) é um tributo federal, de caráter extrafiscal, cujo objetivo é figurar como instrumento regulatório do mercado financeiro.
O tributo é exceção aos princípios de anterioridade, de modo que sua alíquota pode sofrer alteração de forma imediata, mediante fundamentada necessidade, para atender às finalidades da política monetária nacional.
O Decreto nº 6.306/2007 regulamenta as tratativas do IOF e prevê todas as hipóteses de incidência do tributo, dentre elas, na operação de mútuo.
Demonstramos no quadro a seguir, os principais pontos a serem observados na incidência do IOF nas operações de mútuo:
Empréstimo de coisas fungíveis, em que o mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e
Eoneaita quantidade. rar Ocorre o fato gerador do IOF na entrega do montante do valor ou na sua colocação à disposição do mutuário. Contribuinte É contribuinte do IOF a pessoa física ou jurídica tomadora do crédito. Sujeito passivo ' É responsável pela cobrança e pelo recolhimento do IOF, ao Tesouro Nacional, a pessoa jurídica que conceder o Responsável a crédito. A base de cálculo do IOF nas operações de mútuo será: Base de a) quando não ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, inclusive por estar contratualmente prevista a reutilização do crédito, cálculo até o final da operação, a soma dos saldos devedores diários apurados no último dia de cada mês, inclusive na prorrogação ou na renovação; e b) quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada uma das parcelas. Quando não ficar definido o valor principal a ser utilizado | a) pessoa física: 0,0082%; pelo mutuário b) pessoa jurídica: 0,0041%; Alíquotas
Quando ficar definido o valor principal a ser utilizado pelo | a) pessoa física: 0,0082%; mutuário b) pessoa jurídica: 0,0041%;
2 - DEFINIÇÃO MÚTUO
Mútuo, de acordo com o Dicionário Jurídico de De Plácido e Silva, significa emprestar ou dar por empréstimo e é "derivado do latim mutuus, de mutuari”.
O Art. 586º do Código Civil (Lei nº 10.406/2002) define o mútuo como o empréstimo de coisas fungíveis, em que o mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Fazem parte desse contrato: a) o mutuante - o que dá por empréstimo; b) o mutuário - o que toma emprestado.
A coisa recebida em mútuo passa para a propriedade do mutuário, que lhe dá o destino que quiser.
A coisa a ser devolvida tem de ser da mesma espécie, qualidade e quantidade da recebida, não podendo ser devolvida coisa diversa ou soma em dinheiro, o que configuraria outro tipo de contrato, como a troca ou a compra e venda.
Código Civil - Art. 586º da Lei nº 10.406/2002
3 - INCIDÊNCIA
O IOF incide sobre as operações de crédito realizadas entre pessoa jurídicas ou entre pessoa jurídicas e pessoa física, nos termos do Art. 2º do Decreto nº 6.306/2007.
3.1 - MÚTUO ENTRE PESSOAS JURÍDICAS
Haverá a incidência do IOF, em regra, em todas as operações de crédito realizadas entre pessoas jurídicas, independentemente do regime tributário optado.
Não podem ser tributadas apenas as personalidades protegidas pelo Art. 150º, Inciso VI da Constituição Federal de 1988, as quais não estão sujeitas ao poder de tributar da União:
a)         os órgãos da administração direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
https://www.legisweb.com.br/assinante/bancodedados/comentarios/visualizar/?area=1&assunto=3&cat=1&id=184 1/6 10/07/2019 MÚTUO
b)         as autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
c)          os templos de qualquer culto; e
d)         os partidos políticos, inclusive suas fundações, entidades sindicais de trabalhadores e instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos.
Salvo quando se tratar de órgão da administração pública direta, para que haja a não incidência do tributo a operação deverá estar vinculada às finalidades essenciais das respectivas entidades.
3.2 - MÚTUO ENTRE PESSOAS FÍSICAS
Não haverá incidência do IOF nas operações de mútuo realizadas entre pessoas físicas.
O contrato de mútuo celebrado entre pessoas físicas não é equiparado à aplicação financeira, mesmo que haja a contratação de juros, de acordo com o Art. 118º do RIR/2018.
3.3 - MÚTUO ENTRE PESSOA JURÍDICA E PESSOA FÍSICA
Nas operações entre pessoa jurídica e pessoa física, uma vez formalizado o contrato de mútuo, haverá a incidência do IOF somente quando a pessoa jurídica figurar como mutuante.
Apesar de esta hipótese de não incidência não estar claramente expressa na legislação, soluções de consulta da Receita Federal do Brasil (RFB) confirmam o entendimento:
SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 93 de 22 de maio de 2001 ASSUNTO: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF
EMENTA: NÃO INCIDÊNCIA Não há incidência de IOF nos contratos de mútuo em que o mutuante seja uma pessoa física e a mutuaria uma pessoa física ou jurídica.
SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 76 de 17 de outubro de 2012 ASSUNTO: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF
EMENTA: O IOF previsto no art. 13 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, não incide sobre operações de mútuo de recursos financeiros nas quais o mutuante seja pessoa física.
4 - FATO GERADOR
Ocorre o fato gerador do IOF na entrega do montante ou de sua colocação à disposição do mutuário.
Entende-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto na data da efetiva entrega, total ou parcial, do valor que constitua o objeto da obrigação ou a sua colocação à disposição do interessado, ou no momento da liberação de cada uma das parcelas, nas hipóteses de crédito sujeito, contratualmente, a liberação parcelada.
Não ocorrerá o fato gerador do IOF, quando o mútuo for realizado de pessoa física para pessoa jurídica ou entre pessoas físicas.
Art. 13º, Parágrafo 1º da Lei nº 9.779/1999: Art. 3º e Parágrafo 1º, Inciso | e Il da Decreto nº 6.306/2007 e Ato Declaratório SRF nº 30/1999
5 - CÁLCULO
O regulamento do IOF, aprovado pelo Decreto nº 6.306 de 14.12.2007, trata em seu Art. 7º sobre a base de cálculo e respectiva alíquota nas operações de crédito. 5.1 - BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do IOF nas operações de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito será:
a)         quando não ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, inclusive por estar contratualmente prevista a reutilização do crédito, até o termo final da operação, a base de cálculo é o somatório dos saldos devedores diários apurado no último dia de cada mês, inclusive na prorrogação ou renovação;
Os encargos integram a base de cálculo quando o IOF for apurado pelo somatório dos saldos devedores diários.
b)         quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo é o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada uma das parcelas.
5.1.1 - PRORROGAÇÃO, RENOVAÇÃO, NOVAÇÃO, COMPOSIÇÃO, CONSOLIDAÇÃO, CONFISSÃO DE DÍVIDA E NEGÓCIOS ASSEMELHADOS
Nas hipóteses de prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de dívida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que não haja substituição de devedor, a base de cálculo será o valor não liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar à anteriormente feita, aplicando-se a alíquota vigente à época da operação inicial.
Quando a base de cálculo original for a soma mensal dos saldos devedores diários, a nova base de cálculo corresponderá ao valor renegociado na operação, com exclusão da parte amortizada na data do negócio.
Nota LegisWeb: Nas negociações de que trata este item não se aplica a alíquota adicional de 0,38%, salvo se houver entrega ou colocação de novos valores à disposição do interessado (Art. 7º, Parágrafo 17º do Decreto nº 6.306/2007).
Art. 7º, Parágrafos 7º, 8º e 17º do Decreto nº 6.306/2007. 5.2 - ALÍQUOTA
A alíquota principal incide sobre o valor disponibilizado ao interessado, variando o percentual conforme abaixo:
a)         se o mutuário pessoa física: 0,0082% ao dia;
https://www.legisweb.com.br/assinante/bancodedados/comentarios/visualizar/?area=1&assunto=3&cat=1&id=184 2/6 10/07/2019
b)         se o mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia;
MÚTUO
c)          se o mutuário pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional e o valor contratado for igual ou inferior a R$ 30.000,00: 0,00137% ao dia.
5.2.1 - ALÍQUOTA ADICIONAL
Além das alíquotas mencionadas , o IOF incide sobre as operações de crédito à alíquota adicional de 0,38% (trinta e oito centésimos por cento), independentemente do prazo da operação, seja o mutuário pessoa física ou pessoa jurídica.
5.3 - EXEMPLOS
5.3.1 - CRÉDITO COM VALOR INDEFINIDO E PRAZO INDETERMINADO PARA LIQUIDAÇÃO
Na operação de mútuo cujo valor principal é indeterminado, a base de cálculo do IOF será o somatório dos saldos devedores diários apurados no último dia de cada mês, nos termos do Art. 7º, Inciso |, Alínea “a” do Decreto nº 6.306/2007.
Sobre o somatório dos saldos devedores diários incidirá a alíquota principal da operação, enquanto que, a alíquota acessória de 0,38% incidirá somente sobre os
valores que forem concedidos ao longo do mês.
A alíquota adicional do IOF será calculada sobre a soma mensal dos acréscimos diários dos saldos devedores verificados a partir de 04.09.2016 (Art. 7º, Parágrafo 16º do Decreto nº 6.306/2007 e Art. 1º do Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 24/2008).
5.3.2 - CRÉDITO COM VALOR DEFINIDO E PRAZO DETERMINADO PARA LIQUIDAÇÃO
Quando definido o valor principal a ser utilizado pelo mutuário, observa-se o seguinte:
1º Exemplo
Tendo por base contrato de mútuo entre pessoas jurídicas no valor de R$ 100.000,00, sendo pactuado entre as partes e disponibilizado em 2 parcelas iguais de RY% 50.000,00 , com vencimento em 90 e 180 dias, o IOF será apurado da seguinte forma:
a)         1º parcela:
             Alíquota do IOF: 0,0041% x 90 dias = 0,369% (+ 0,38%) = 0,749%
R$ 50.000,00 x 0,749% = R$ 374,50
b)         2 parcela:
             Alíquota do IOF: 0,0041% x 180 dias = 0,738% (+ 0,38%) = 1,118%
R$ 50.000,00 x 1,118% = R$ 559,00
O valor a recolher será a soma das parcelas:
2º Exemplo
             Valor do empréstimo: R$ 1.500,00
             Prazo: 180 dias
             Vencimento: 02.10.2015
             Alíquota do IOF: 0,0041% x 180 dias = 0,738% (+ 0,38%) = 1,118%
R$ 1.500,00 x 1,118% = R$ 16,77
Quando a operação não for liquidada no vencimento, haverá a incidência do IOF Complementar, relativa ao período que exceder o termo final do contrato. Exemplo: 02.10.2016 (nova data)
             IOF devido: deverá ser calculado até a sua alíquota máxima:
0,0041% x 365 dias = 1,4965% (+ 0,38%) = 1,8765%
R$ 1.500,00 x 1,8765% = R$ 28,15
             IOF Complementar a recolher: R$ 28,15 - R$ 16,77 = R$ 11,38
5.3.3 - RENOVAÇÃO DO CONTRATO
Se houver alteração nos termos do contrato, por exemplo, por inadimplemento da obrigação dentro do prazo estipulado no contrato, acarretando a prorrogação ou renovação do contrato de mútuo, haverá nova hipótese de incidência do IOF.
Sobre o novo período contratado, deverá ser feito o cálculo da alíquota principal, que incidirá sobre o valor ainda não liquidado. Somente incidiria a alíquota acessória caso haja nova concessão de valores.
No caso de mútuo com objeto indeterminado não haverá alteração no cálculo. Exemplo de cálculo 1:
Pessoa Jurídica empresta R$ 10.000,00 a pessoa jurídica, por um período de 60 dias, porém, apenas foi adimplida metade da obrigação, restando o pagamento de R$ 5.000,00. Foi renovado o contrato por mais 30 dias.
30 dias X 0,0041% = 0,123% Valor total de IOF devido: R$ 5.000,00 X 0,123% = R$ 6,15 Exemplo de cálculo 2:
Pessoa Jurídica empresta R$ 20.000,00 a pessoa jurídica, por um período de 60 dias, porém, neste período, apenas foi adimplida metade da obrigação, restando o pagamento de R$ 10.000,00. Foi renovado o contrato por mais 90 dias e houve nova concessão de valores, no montante de R$ 3.000,00.
90 dias X 0,0041% = 0,369%
R$ 10.000,00 + R$ 3.000,00 = R$ 13.000,00 R$ 13.000,00 X 0,369% = R$ 47,97
R$ 3.000,00 X 0,38% = R$ 11,40
Valor total de IOF devido: R$ 47,97+ R$ 11,40 = R$ 59,37
5.4 - MUTUÁRIO OPTANTE PELO SIMPLES
Nas operações de mútuo, quando se tratar de mutuário pessoa jurídica optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), em que o valor seja igual ou inferior a R$ 30.000,00, a alíquota será de 0,00137%:
Notas LegisWeb: (1) A alíquota incidirá por dia, quando ficar definido o valor principal a ser utilizado pelo mutuário.
(2)      Além das alíquotas descritas, haverá a aplicação da alíquota adicional de 0,38%, independentemente do prazo da operação (Art. 7º, Parágrafo 15º do Decreto nº 6.306/2007).
(3)      Para reconhecimento da aplicabilidade da alíquota reduzida, caberá ao mutuante exigir, no ato da realização da operação, uma declaração em 2 vias de que se enquadra como pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional, e que o signatário é seu representante legal e está ciente de que a falsidade na prestação desta informação o sujeitará, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrem, às penalidades previstas na legislação criminal e tributária, relativas à falsidade ideológica (Art. 299º do Código Penal) e ao crime contra a ordem tributária (Art. 1º da Lei nº 8.137/1990).
(Art. 7º, Inciso Vl e Art. 45º, Inciso Il do Decreto nº 6.306/2007) 5.5 - EMPRÉSTIMO EXTERNO
As regras, acima dispostas, não se aplicam às operações de empréstimo efetivadas junto a pessoas residentes ou domiciliadas no exterior.
Nessa operação, haverá incidência do IOF Câmbio, cuja alíquota varia de acordo com o prazo médio da contratação, nos termos do Art. 15º-B, Incisos XI e XIl do Decreto nº 6.306/2007.
Quando o empréstimo é contratado por um prazo médio mínimo de até 180 dias, há incidência do IOF à alíquota de 6% sobre o montante, no momento de ingresso dos recursos no território nacional.
Se o prazo médio mínimo for superior a 180 dias, então, haverá redução do percentual para “zero”.
A instituição financeira, responsável por intermediar a transação, é responsável pela retenção do tributo, na data da liquidação da operação de câmbio, quando devido.
6 - PRAZO DE RECOLHIMENTO E CODIGOS
O IOF sobre as operações de mútuo será cobrado: a) na data da entrega ou colocação dos recursos à disposição do interessado, quando por prazo determinado;
b)         no 1º dia útil do mês seguinte ao da apuração, quando por prazo indeterminado (calculado pela soma dos saldos devedores diários e apurado no último dia do mês);
c)          na data do pagamento, no caso de operação não liquidada no vencimento; e
d)         na data da prorrogação, renovação, consolidação, composição e negócios semelhantes.
O IOF deverá ser recolhido até o 3º dia útil subsequente ao decêndio de sua cobrança, por meio do Documento de Arrecadação Federal (Darf), com utilização de um dos seguintes códigos de receita:
a)         1150 - operação de crédito para pessoa jurídica; e
b)         7893 - operação de crédito para pessoa física.
Art. 10º, Inciso |, Il, IV e VIl e Parágrafo Único do Decreto nº 6.306/2007. 7 - PENALIDADES
A falta de pagamento ou recolhimento fora do prazo será acrescido de:
a)         juros de mora equivalentes à taxa referencial Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do vencimento da obrigação até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês do pagamento;
b)         multa de mora, calculada à taxa de 0,33%, por dia de atraso, limitada a 20%, calculada a partir do 1º dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento ou recolhimento do IOF.
Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de imposto: a) 75%, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de declaração e nos de declaração inexata;
b)         150%, nos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos Arts. 71º, 72º e 73º da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis.
8 - OPERAÇÃO NÃO LIQUIDADA NO VENCIMENTO
Na operação de crédito descrita na letra "b" do item 5.1 (quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário), não liquidada no vencimento, cuja tributação não tenha atingido o limite do valor resultante da aplicação da alíquota diária a cada valor do principal, prevista para a operação, multiplicada por 365 dias, acrescida da alíquota adicional de 0,38%, a exigência do IOF fica suspensa entre a data do vencimento original da obrigação e a da sua liquidação ou a data em que ocorrer a sua prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de dívida e negócios assemelhados.
Desse modo, será cobrado IOF complementar relativo ao período durante o qual ficou suspensa a exigência, mediante aplicação da mesma alíquota sobre o valor não liquidado da obrigação vencida, até atingir o limite anteriormente mencionado.
Na operação de crédito cuja base de cálculo for apurada pela soma dos saldos devedores diários, constatada a inadimplência do tomador, a cobrança do IOF apurado a partir do último dia do mês subsequente ao da constatação da inadimplência ocorrerá na data da liquidação total ou parcial da operação ou da ocorrência de qualquer das hipóteses previstas no 8 7º do art. 7º do RIOF (prorrogação, renovação, novação, composição etc.).
Por ocasião da liquidação total ou parcial da operação ou da ocorrência de qualquer das hipóteses de prorrogação, renovação, composição, etc., o IOF será cobrado mediante a aplicação das alíquotas previstas para a respectiva operação, vigentes na data da ocorrência de cada saldo devedor diário, até atingir o limite de 365 dias.
Nota LegisWeb: A Instrução Normativa RFB nº 1.814/2018 acrescentou o Parágrafo 4º e revogou o Parágrafo 3º do Art. 3º e acrescentou os Arts. 3-A e 3º-B à Instrução Normativa RFB nº 907/2009 , que tratam das operações de crédito com prazo inferior e igual ou superior a 365 dias.
Art. 7º, Parágrafos 2º, 3º, 18º e 19º do Decreto nº 6.306/2007; Arts. 3º, Parágrafos 4º, 3º-A e 3º-B da Instrução Normativa RFB nº 907/2009; Instrução Normativa RFB nº 1.814/2018
Esse comentário foi publicado no Boletim Semanal nº22 de 27/05/2019 a 31/05/2019

terça-feira, 16 de julho de 2019

Reforma da Previdência: Veja como ficou após a votação do 1º Turno no Plenário


Reforma da Previdência: Veja como ficou após a votação do 1º Turno no Plenário

Regra de Transição Para o Regime Geral (RGPS) – INSS
1ª opção:
·         Pedágio de 50% do tempo que faltar para atingir o mínimo de contribuição, que é de 35 anos para homem e 30 anos para mulher;
·         Não depende da idade;
·         Pode ser usada por quem já tenha um mínimo de 28 anos de contribuição (mulher) ou 33 anos de contribuição (homem);
·         Salário segue a regra do INSS: média de 80% das maiores contribuições com aplicação do fator previdenciário.
2ª opção:
·         Requisitos mínimos de idade (60 anos para homem e 57 para mulher) e de tempo de contribuição (35 anos se homem e 30 anos se mulher);
·         Pedágio de tempo de contribuição igual ao quanto faltar para atingir o requisito;
·         Professores contarão com cinco anos a menos de idade e de tempo de contribuição para aplicar o pedágio;
·         Valor dos proventos será igual a 100% da média de todos os salários.
3ª opção:
·         Direcionada a quem tem mais idade: 60 anos se mulher e 65 anos se homem, no mínimo. Contribuição de 15 anos para o homem e para a mulher, mas a idade exigida da mulher sobe gradativamente para 62 anos até janeiro de 2023;
·         Valor dos proventos será calculado sobre a média de todos os salários de contribuição. Encontrada a média, serão 60% por 20 anos de contribuição e mais 2% por cada ano a mais até o máximo de 100% da média, exceto para a mulher, para a qual o acréscimo começa depois de 15 anos de contribuição.
4ª opção:
·         Direcionada a quem tem mais tempo de contribuição, essa transição exige 56 anos de idade e 30 anos de contribuição para a mulher; e 61 anos de idade e 35 anos de contribuição para o homem;
·         A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade exigida sobe gradativamente até alcançar 62 anos para a mulher em 2031 e 65 anos para o homem em 2027;
·         Professores começam com exigência de 25 anos de contribuição e 51 de idade para a mulher e de 30 anos de contribuição e 55 de idade para homem, com igual regra de aumento das exigências ao longo do tempo;
·         Valor dos proventos segue a média de todos os salários com aplicação de 60% por 20 anos mais 2% a cada ano a mais.
5ª opção:
·         A soma exigida começa em 86 pontos para a mulher e 96 pontos para o homem. Esses pontos são obtidos com a soma de idade e tempo de contribuição;
·         Mas a cada ano a soma exigida cresce um ponto até alcançar 100 pontos para a mulher (em 2033) e 105 pontos para o homem (em 2028);
·         Professores contarão com redução inicial nos pontos (81 pontos para mulher e 91 pontos para homem), crescendo a partir de 2020 até chegar a 92 para a mulher (em 2030) e a 100 para o homem (2028);
·         O valor da aposentadoria segue a regra de 60% da média de tudo, crescendo 2% a cada ano.
Regras de Transição para o Regime Próprio (RPPS)
1ª opção:
·         Exige soma de idade e tempo de contribuição, o qual será de 30 anos de recolhimento para a mulher e 35 anos de recolhimento para o homem;
·         Em janeiro de 2022, a idade mínima sobe para 57 anos (mulher) e 62 anos (homem);
·         A soma exigida começa em 86 pontos para a mulher e 96 pontos para o homem. Esses pontos são obtidos com a soma de idade e tempo de contribuição;
·         Mas a cada ano a soma exigida cresce um ponto até alcançar 100 pontos para a mulher (em 2033) e 105 pontos para o homem (em 2028);
·         Deverão contar ainda com 20 anos no serviço público, dez anos na carreira e cinco no cargo em que se aposentarem;
·         Professores contarão com redução inicial nos pontos (81 pontos para mulher e 91 pontos para homem), crescendo a partir de 2020 até chegar a 92 para a mulher (em 2030) e a 100 para o homem (2028);
·         O valor dos proventos será integral para quem ingressou até 31 de dezembro de 2003 e pela média de todos os salários de contribuição para quem ingressou após essa data ou participa de fundo complementar de aposentadoria.
2ª opção:
·         Requisitos mínimos de idade (60 anos para homem e 57 para mulher) e de tempo de contribuição (35 anos se homem e 30 anos se mulher);
·         Pedágio de tempo de contribuição igual ao quanto faltar para atingir o requisito;
·         Professores contarão com cinco anos a menos de idade e de tempo de contribuição para aplicar o pedágio;
·         Valor dos proventos será igual a 100% da média de todos os salários ou integral se a pessoa ingressou no serviço público até 31 de dezembro de 2003.
Policiais:
·         Policiais civis do Distrito Federal, policiais federais, agentes penitenciários e socioeducativos federais contarão com a regra atual de aposentadoria disciplinada na Lei Complementar 51/85;
·         A lei exige tempo de contribuição de 25 anos para a mulher, dos quais 15 em atividade de natureza policial; e tempo de contribuição de 30 anos para homem, com 20 desse tipo de atividade;
·         A PEC exige idade mínima de 52 anos para a mulher e de 53 anos para o homem, contanto que cumprido um pedágio de 100% do tempo que falta para atingir o tempo de contribuição na data de publicação da futura emenda constitucional;
·         Caso não cumpra esse pedágio, tanto o homem quanto a mulher poderão se aposentar com 55 anos de idade e as regras da lei complementar sobre tempo de contribuição;
·         Proventos integrais.
Regra geral para INSS e Regime Próprio
·         Tanto para servidores quanto para segurados do INSS, a regra geral será de 62 anos para mulher e de 65 anos para homem;
·         O tempo de contribuição e o valor dos proventos dependerão de lei futura, mas o texto traz normas transitórias até ela ser feita;
·         Para os segurados do INSS, essas normas transitórias exigem 15 anos de contribuição da mulher e 20 anos do homem;
·         Para os servidores públicos, o tempo de contribuição é de 25 anos para ambos os sexos, com 10 de serviço público e 5 no cargo em que for concedida a aposentadoria.
Pensão Por Morte
·         Pensão por morte poderá ser inferior a um salário mínimo, a depender do cálculo, se o dependente tiver outra fonte de renda formal;
·         Se a pensão for gerada por morte de aposentado, ela será equivalente a uma cota familiar de 50% desse valor mais cotas de 10% para cada dependente;
·         Se a pensão for gerada por morte do trabalhador ou servidor na ativa, essas cotas serão aplicadas sobre o que a pessoa teria direito a receber se fosse aposentada por incapacidade permanente (invalidez);
·         O cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente segue a regra geral de 60% da média de todos os salários por 20 anos de contribuição, com acréscimo de 2% a cada ano a mais de contribuição;
·         Policiais incluídos na reforma poderão gerar pensão por morte com valor integral para o cônjuge se a morte decorrer de agressão sofrida no exercício da função ou em razão dela;
·         Não há transição para as regras de pensão por morte, aplicando-se aos atuais e aos futuros segurados;
·         Se o segurado tiver dependentes com deficiência, o valor da média poderá ser maior porque as cotas serão aplicadas somente sobre o que exceder o teto do INSS (no caso dos servidores) ou será igual à média até esse teto para quem recebe até R$ 5.839,45.
Fonte: Câmera Notícias – 12.07.2019 – Adaptado pelo Guia Trabalhista.